quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

UM SEMINÁRIO EM COIMBRA FEITO AO GOSTO ITALIANO DO SÉCULO XVIII


Seminário Maior de Coimbra



Os seminários foram criados na sequência do Concílio de Trento, que decorreu entre 1545 e 1563, para preparação dos pretendentes ao clericato. 
A primeira pedra do Seminário Maior de Coimbra foi lançada em 1748, graças ao papel de D. Miguel da Anunciação, que, para a sua construção, nele empregou a fortuna pessoal. 
O projeto, de clara influência italiana, é da autoria do arquiteto italiano Giovani Tamossi que, após ter morrido devido a um acidente da obra, foi substituído pelo compatriota Giacomo Azzolini. 
O seminário foi solenemente inaugurado a 28 de outubro de 1765. 
Até 2012, nele se ministrava a formação eclesiástica em dois ciclos: Estudos Filosóficos (2 anos) e Estudos Teológicos (4 anos), e acolhia o Instituto Superior de Estudos Teológicos para a formação de seminaristas das dioceses de Coimbra, Aveiro, Leiria, Portalegre-Castelo Branco, Beja, Cabo Verde e Macau. 
O seminário possui na entrada um grande portão, em cantaria, com porta de ferro, datado de 1876, com as armas episcopais do Bispo Conde D. Manuel Correia Bastos Pina (bispo de Coimbra entre 1872 e 1913). 
Para além do edifício central (ou Casa Velha, com cerca de 285 janelas e 15 sacadas), o seminário é constituído pela Casa Nova e Novíssima (onde se situa o Salão de São Tomás, inaugurado pela rainha D. Amélia e está instalada a biblioteca nova) e o Jardim (traçado no século XIX ao gosto barroco, com um conjunto circular de lagos com figuras mitológicas). 
Atualmente, o seminário encontra-se aberto a quem o queira visitar, oferecendo visitas guiadas para dar a conhecer o seu património e riqueza artística: a Igreja da Sagrada Família, a capela de São Miguel, a Biblioteca Velha, a Sala dos Azulejos e os Aposentos Episcopais. 


No dia 11 de janeiro, o Clube do Património Génios de Castro visitou este espaço. A visita guiada foi realizada por Catarina Ferreira. 
No meio de muito entusiasmo pudemos observar uma xilogravura de Nunes Pereira, uma tela atribuída a Grão Vasco, um Cristo em marfim e ossos de santos e apóstolos na Capela de São Miguel. 
Além disso, vimos um órgão de tubos espanhol do século XVIII, com 1.500 tubos, e duas escadas de caracol com mais de 100 degraus cada. Na biblioteca velha, que tem mais de 8.500 livros (de 1500 a 1800), graças à simpatia do senhor padre Calisto, os membros do clube foram presenteados com um momento único: a apresentação da 4ª edição de “Os Lusíadas”. 



Das varandas do seminário apreciámos uma maravilhosa vista para o rio Mondego. 



Foi-nos também explicado que continua a ser habitado, mas apenas por 12 pessoas, e que sofreu os efeitos das Invasões Francesas no início do século XIX, quando se registaram danos e pilhagens. 
Ainda visitámos a exposição de Xilogravura com o tema “O Eterno Desceu E Foi Acolhido”. A exposição pretende dar a conhecer ao público algumas peças do vasto espólio do Monsenhor Nunes Pereira que era mestre na arte da xilogravura e foi um autodidata.




















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