quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

UMA VISITA À CASA DA LITERATURA DE MIGUEL TORGA

Casa-Museu Miguel Torga
Rua Fernando Pessoa, 3, em Coimbra


Miguel Torga, pseudónimo de Adolfo Coelho da Rocha, foi um dos escritores mais importantes do século XX e ficará, para sempre, ligado a Coimbra. 
Nasceu em São Martinho de Anta, Vila Real, no dia 12 de agosto de 1907 e faleceu em Coimbra, no dia 17 de janeiro de 1995. 
Os seus livros foram traduzidos para diversas línguas. Foi por várias vezes candidato ao Prémio Nobel de Literatura. Recebeu vários prémios, entre eles, o Prémio do Diário de Notícias (1969), Prémio Internacional de Poesia de Knokke-Heist (1976), Prémio Montaigne da Fundação Alemã F.V.S. (1981), Prémio Camões (1989), Prémio Personalidade do Ano (1991), Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores (1992) e o Prémio da Crítica, consagrando a sua obra (1993). 
Máquina de escrever de Miguel Torga
Interior da Casa-Museu


A Casa-Museu Miguel Torga tem como missão divulgar a obra literária do escritor, preservar e expor publicamente objetos, da mais variada natureza, relacionados com a identidade e a personalidade desta figura maior das letras, que elegeu Coimbra para viver (naquela que é agora a Casa-Museu) e trabalhar (no Largo da Portagem, como médico). 

A visita à Casa-Museu Miguel Torga pretendeu dar a conhecer aos membros do clube a importância e a vivência de Miguel Torga desde a sua Terra Natal, a sua ida para o Brasil e a vinda para Coimbra, cidade que o escritor adotou como sua. Nesta casa recebeu grandes vultos de cultura portuguesa e da política do século XX, como Sophia de Mello Breyner Andresen e muitos outros. Foi, assim, muito interessante ficarmos a saber que o escritor se chamava realmente Adolfo Correia Rocha e que, em 1934, aos vinte e sete anos, criou o pseudónimo Miguel Torga. Miguel, em homenagem a dois grandes vultos da cultura ibérica: Miguel de Cervantes e Miguel de Unamuno e Torga por ser uma planta brava da montanha, que deita raízes fortes sob a aridez da rocha. Na casa pudemos ver essa planta, que ali cultivou, a escrivaninha, onde escreveu grande parte dos seus livros, a máquina de escrever e o divã onde descansava e ao qual chamava “o meu sarcófago”. Pudemos também ver documentos, fotografias, primeiras edições assinadas, uma dedicatória assinada pelo seu grande amigo o escritor brasileiro Jorge Amado, cerâmica, pintura, escultura e algumas obras de arte. A casa permanece como no tempo em que Miguel Torga nela habitava.









1 comentário:

  1. Parabéns ao Clube, uma vez mais.
    Rica tarde para estes alunos, se enriquecida com a memória de Miguel Torga.
    Para miúdos e graúdos, é sempre um prazer revisitar o Poeta.
    Aqui fica o seu “Testamento”:

    Na taça que eu lavrei quero que bebas
    O segredo profundo dos meus dias;
    E, dona do que é meu, de mim recebas
    Toda a riqueza que não conhecias.

    A taça é branca como um véu sem cor,
    E o segredo nimbado de vazio;
    Quero que a veja pois o teu amor,
    E bebas só de um trago o luar frio.

    Quero, depois, que quebres o cristal
    De encontro à fraga dura da lembrança
    Do Poeta que fui ao natural
    Junto de ti a trabalhar na herança.

    30 de janeiro de 1943
    Diário II

    ResponderEliminar