EUGÉNIO DE CASTRO VÊ COIMBRA COMO UMA MULHER
Coimbra é como certas mulheres que, depois de haverem sofrido os maiores ultrajes do tempo e do destino, conservam ainda na decrepitude eloquentes sinais da beleza que tiveram em moças.
(…)
Paisagem feminina, pela ondulação musical dos seus cômoros e outeiros e pelo misterioso poder dispersivo, todo o português que a vir sentirá que aqui está o coração de Portugal, que é este o sítio onde afluem numa palpitação suprema, e se transformam numa doce perspectiva de águas saudosas e de arvoredos resignados, os mais ternos e característicos sentimentos da alma lusitana.
Eugénio de Castro
Eugénio de Castro (1869-1944)
Entrou para a história da literatura portuguesa com o lançamento do livro de poemas "Oaristos", marco inicial do Simbolismo em Portugal.
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