Capa do catálogo da exposição «Até que o fim rime e a corda estique» (Filipe Feijão, Jorge Maciel e Vasco Costa)
Design de Joana Monteiro
No passado dia 7 de dezembro, o Clube do Património visitou a exposição «Até que o fim rime e a corda estique», patente nas galerias do Círculo Sereia, situado por baixo do edifício da Biblioteca Municipal de Coimbra.
A interessante exposição resultou do desafio lançado pelo Círculo de Artes Plásticas de Coimbra a três artistas: Filipe Feijão, Jorge Maciel e Vasco Costa, que possuem formação na área da escultura. A exposição ocupa três galerias e cada uma acolhe uma ocupação individual, o que transforma a exposição, coletiva, em três mostras que podem ser vistas independentemente, de modo que o próprio espetador é o corpo unificador da exposição. Todas as obras patentes são lugares do corpo e lugares do espaço.
A exposição pode ainda ser visitada, por todos os interessados, o que aconselhamos vivamente, até ao próximo dia 22 de dezembro, de terça-feira a sábado, das 14 às 18 horas. A entrada é livre.
Durante a visita os membros do Clube escolheram uma obra com a qual se identificaram e escreveram um pequeno texto sobre a mesma.
Cartaz da exposição «Até que o fim rime e a corda estique»
O Círculo de Artes Plásticas de Coimbra foi fundado em 1958, sendo um organismo autónomo da Academia de Coimbra, com autonomia artística e administrativa.
Ao longo da sua existência tem desempenhado um importante papel cultural na cidade de Coimbra.
Tem como objetivos a promoção e difusão das artes visuais, proporcionar um conhecimento alargado dos panoramas artísticos contemporâneos, fomentar o gosto pela fruição artística e promover exposições de arte contemporânea e atividades de animação cultural pluridisciplinares.
Constitui um importante polo de produção e difusão artística contemporânea e oferece ao público um conjunto diversificado de atividades, também na área pedagógica.
Como os membros do Clube Património viram as obras
De esferovite sou
Mas de pedra pareço
Sou arte portuguesa
Mas de pouca grandeza
Acho que sou assassina
Pelo menos tenho uma mão
Morta de certeza
Pois não tem coração
Adivinhem quem sou
Ou então não
Só mais uma pista para esta lista
Tenho mais do que um material
Cada um como cada qual
Laura e Sofia
Relaxar, relaxado
Estou todo cansado
Os músculos acordarão
Para cantar uma canção
E o nosso refrão
Virá desta inspiração
Alice
Cortado ao meio
Todo desfeito
Parti-me, quebrei-me
Mas ainda estou feito
De outra inspiração
surgiu uma nova ideia
Por que no fundo disto tudo
Sou apenas uma banheira.
Alice e Mariana Bento
O box predomina
nesta banheira
tal como o amor
predomina neste jardim
Tomás e Vaz
Um barco de pensamentos
Num sonho de encanto.
António e Gabriel
Nas peças de Filipe Feijão
eu refleti sobre a nossa preocupação
com coisas maiores e desinteressantes
enquanto nas pequenas pode
vir mais interessante.
Constança
Uma simples caneta que dourada ficou.
Tanto escreveu nunca se gastou.
Mas a inspiração nunca faltou.
Manuel e Tomás Santos