quinta-feira, 21 de novembro de 2019


                Sala da Cidade - Divulgação


                              Antigo Refeitório do Mosteiro de Santa Cruz 
 

O Mosteiro de Santa Cruz foi fundado em 1131 pela Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, datando a primitiva igreja românica no século XII. No início do século XVI, o rei D. Manuel I ordena que esta se arrase, juntamente com o claustro e casa do capítulo, por ser antiga e degradada, e leva a cabo uma extensa campanha de obras que conferiu ao edifício o aspeto atual.

Os trabalhos, que envolveram os melhores artistas do reino, englobaram uma igreja nova de uma nave abobadada, ladeada por duas torres na fachada; o portal; o claustro principal e casa do capítulo. A par das obras, os restos mortais dos dois primeiros reis de Portugal foram transladados dos seus sarcófagos primitivos para outros novos — obras escultóricas manuelinas da autoria de Nicolau de Chanterene situadas na capela-mor. Com a reforma dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, levada a cabo no reinado de D. João III (1521–1557), mais obras foram realizadas, destacando-se o singular Claustro da Manga, a nordeste da igreja. No século xx, para permitir a abertura da Avenida Sá da Bandeira, foram demolidas algumas estruturas a norte e aberto o claustro da Manga. Atualmente, além das atividades culturais e diocesanas, o mosteiro acolhe os serviços da Câmara Municipal de Coimbra e da Direção Regional de Cultura do Centro.


Artista:
José Spaniol

  O trabalho de José Spaniol referencia objetos quotidianos, nomeadamente mobiliário e elementos de construção, entrecruzando primeiro a sua função utilitária e poética, mas também a sua forma, matéria e escala em relação à arquitetura e aos locais expositivos. Recorre ainda ao uso de texto, letras e palavras, titulando muitas vezes as suas obras com onomatopeias ora enigmáticas ora sugestivas.

 O trabalho Sonhos de outubro (2014–2019) foi primeiro desenvolvido para o Octógono da Pinacoteca do Estado de São Paulo e é agora apresentado numa nova versão para a Sala da Cidade. O seu epicentro, uma canoa como a do protagonista do conto «A Terceira Margem do Rio», equilibra-se num plano elevado, improvável, desestabilizador e inatingível. Como se fora uma paisagem vista a partir de uma perspetiva recuada, a obra ocupa o mesmo eixo das pinturas ascensionais de cúpulas e tetos, provocando vertigem e dissolução dos limites do espaço.










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