quarta-feira, 28 de novembro de 2018

UMA VISITA AO MUSEU MACHADO DE CASTRO GUIADA PELO CHAVES, UM “VELHO” GUARDA QUE LÁ CRESCEU







O Museu Nacional de Machado de Castro, assim designado em homenagem ao conimbricense Joaquim Machado de Castro, escultor régio nos reinados de D. José, D. Maria I e D. João VI, abriu ao público no dia 11 de outubro de 1913. É dos mais importantes museus de Belas-Artes, como se pode observar pelo seu espólio de escultura, pintura e artes decorativas. 
Ocupa as antigas instalações do Paço Episcopal de Coimbra a que se acrescentou, em 2012, um edifício novo. 
Joaquim Machado de Castro nasceu em Coimbra, no dia 19 de junho de 1731 e morreu em Lisboa, no dia 17 de novembro de 1822. Recebeu formação humanista que recebeu dos Jesuítas. Esses valores, bem como a aptidão para a arte, fizeram dele o maior e mais culto dos escultores portugueses do seu tempo. Ficou conhecido pela reposição da tradição da escultura em pedra.




Joaquim Machado de Castro




A visita que o Clube do Património efetuou no dia 23 de novembro, deu realce ao criptopórtico datado do séc. I que constitui a mais importante construção romana conservada em Portugal. 
Para dar mais cor à visita, os membros do clube tiveram oportunidade de assistir a uma visita dramatizada ao criptopórtico do Museu Nacional Machado de Castro. Deparámo-nos com o ator Ricardo Calash, que personificou um "velho" guarda de museu, o Chaves, que cresceu lá dentro. Desvendou-nos o "seu brinquedo" de criança - o Museu. 
Rapidamente todos fomos "promovidos" a ajudantes de guarda para que, de uma forma ativa, pudéssemos participar e também ajudar a "organizar" toda a visita guiada. Pelo meio, o ator utilizou uma série de recursos: baralhos de cartas, truques de ilusionismo, mapas, fotografias antigas, maquete do criptopórtico, além dos recursos próprios da arte dramática, para que, de forma lúdica, pudéssemos responder a algumas perguntas tais como: 
-Quem eram os Romanos? 
-Os Romanos viveram há muito tempo? 
-O que era o império romano? 
-Como eram as cidades romanas? O que era o Fórum? 
-Como construíam eles as suas cidades? 
-Como se chamava Coimbra no tempo dos Romanos? 
-O que é o criptopórtico? Para que servia? Quem o utilizou? E em que épocas?






CONHECER A HISTÓRIA E O ESPAÇO URBANO MEDIEVAL DE COIMBRA





      

No passado dia 16 de novembro, o Clube do Património foi visitar a Torre de Almedina – Centro Interpretativo da Cidade Muralhada, que se situa em plena baixa da cidade, e que teve múltiplas utilizações ao longo dos séculos.
Tal como o nome indica, a porta de Almedina era a entrada principal da cidade intramuros, e a ela se acedia a partir da porta da Barbacã, na atual rua Ferreira Borges.
A torre foi diversas vezes reformada e remodelada, após ter sido fundada provavelmente na época do conde Sesnando Davides, que conquistou Coimbra em 1064. Foi sempre uma das torres mais importantes do sistema defensivo de Coimbra devido à sua importância estratégica, pois era o mais importante acesso à cidade.





Na visita que fizemos pudemos observar uma maqueta da cidade medieval e ter uma imagem panorâmica de Coimbra através sobreposição da antiga muralha da cidade. Além disso permitiu-nos tomar conhecimento da história e do espaço urbano de Coimbra medieval, nomeadamente as muralhas, torres de vigilância e portas. 
Visitámos também uma exposição, que se encontra patente na torre, sobre o urbanismo medieval em Portugal, denominada ‘Cidades novas medievais: a cidade como instrumento de poder’, que relaciona a construção das cidades, como instrumento de domínio real, com a composição e constituição do Reino de Portugal durante a Idade Média.








                                              ARCO DE ALMEDINA


                                   Sob o Arco de Almedina entre o ditongo e o til
                                   lá onde cheira a nardo e a jasmim
                                   no interior dos pátios entre a cedilha e o trema
                                   do outro lado da língua onde de súbito
                                   o poema.

                                   Sob o Arco de Almedina sob o arco
                                   entre azulejos e álgebra
                                    lá onde mora aquela que não vem
                                    sob o Arco de Almedina onde de súbito
                                    ninguém.

                                    Sol e sombra no canto e no silêncio
                                    sob o Arco de Almedina onde o alaúde
                                    canta um amor perdido entre salgueiros e barco.
                                    Sob o arco de Almedina. Sob
                                    o Arco.

                                                                                           
                                                           Manuel Alegre in Coimbra Nunca Vista










VISITA À LOJA DA COMUR NA BAIXA DE COIMBRA


Fomos visitar, no Largo da Portagem, no antigo edifício do Banif, a loja da Comur. Loja da prestigiada marca de conservas, com sede em Murtosa, Aveiro e fundada em 1942. 



A decoração da loja foi inspirada num dos principais ícones da cidade de Coimbra, a Biblioteca Joanina. Obra-prima do Barroco, a Casa da Livraria foi edificada sob o patrocínio de D João V. Dotada de exemplares das mais raras coleções bibliográficas, a Biblioteca Joanina apresenta um acervo de coleções dos séculos XVI, XVII e XVIII que representam o que de melhor se produzia na Europa culta do seu tempo. Não sendo possível tocar nas prateleiras da Biblioteca Joanina, na Loja da Comur podemos fazê-lo. No entanto a única coisa que podemos retirar das estantes são latas de conservas bastante arrojadas. 
O Clube do Património foi brindado com uma degustação dos vários produtos que se encontram à venda na loja.






VISITA AO CENTRO DE ARTES VISUAIS









No passado dia 9 de novembro o Clube do Património foi visitar o Centro de Artes Visuais instalado no Pátio da Inquisição. O Pátio da Inquisição deve o seu nome ao conjunto de edifícios de valor histórico e arquitetónico, onde funcionou, a partir de 1566 até à sua extinção, em 1821, o Tribunal do Santo Ofício, mais conhecido por Inquisição. O pátio congregou o primitivo Colégio das Artes. A partir de 2003 aí se instalou o Centro de Artes Visuais (CAV), que fomos visitar.
Tivemos o prazer de visitar este espaço onde está patente a exposição de obras da artista Ana Vieira, centrada no trabalho da artista plástica em torno da ausência e da perda.
A artista plástica nasceu em Coimbra, em 1940, e viveu e trabalhou em Lisboa, onde faleceu em 2016.









Pudemos ver várias obras da artista onde se destacam a primeira e a última obra realizadas por Ana Vieira, que viu o mundo através do vazio, retratando o período de crise político, económico e social que o país viveu.








Esta foi uma tarde muito enriquecedora, pois tivemos o prazer de visitar o Teatro da Cerca de São Bernardo. Fomos contemplados com uma visita guiada, onde tivemos acesso aos bastidores. Visitamos a sala de espetáculos, subimos ao palco, vimos todos os adereços que constituíam o cenário do espetáculo que estava em exibição, ainda vimos os camarins onde acontece toda a magia da transformação das personagens.









quarta-feira, 14 de novembro de 2018

FADO D’ANTO




FADO D’ANTO

Música: Francisco Menano
Letra: António Nobre

Meninas, lindas meninas!
Qual de vós é o meu ideal?
Meninas, lindas meninas
Do Reino de Portugal!

Minha capa vos acoite,
Que é p'ra vos agasalhar;
Se por fora é cor de noite,
Por dentro é cor do luar ...

Vou encher a bilha e trago-a
Vazia como a levei!
Mondego, que é da tua água?
Que é dos prantos que chorei?

Ó quem me dera abraçar-te,
Contra o peito assim, assim,
Levar-me a morte e levar-te
Toda abraçadinha a mim.

A cabra da velha Torre,
Meu amor, chama por mim;
Quando um estudante morre,
Os sinos chamam, assim.

Ó sinos de Santa Clara,
Por quem dobrais, quem morreu?
Ah, foi-se a mais linda cara
Que houve debaixo do Céu!

O disco Fados de Coimbra de José Afonso inclui o Fado d’Anto escrito por António Nobre


TORRE DE ANTO




Antiga torre, integrante da cerca medieval da cidade, aproximadamente a meio da maior de suas encostas, sobranceira ao rio Mondego. Como outras torres daquela cerca foi transformada em unidade habitacional na primeira metade do século XVI. Data deste período a sua designação como Torre do Prior do Ameal. Celebrizou-se por ter sido a residência do poeta António Nobre (1867-1900), quando estudante, no final do século XIX.

António Nobre (1867 – 1900)


Página de rosto do livro Só de António Nobre




                                                  TORRE DE ANTO

                                      Uma torre constrói-se sem palavras
                                      com lembranças com vírgulas
                                      com desastres
                                      como um corpo despido devagar
                                      como vida virada do avesso
                                      poisada sobre o vento e sobre a chuva
                                      uma torre constrói-se com mãos nuas
                                      uma torre com versos hemoptises*
                                      e com tudo o que fica depois
                                      de tudo:
                                      as cartas os retratos restos
                                      pó.
                                     Uma torre com duas letras
                                     só.

                             Manuel Alegre in Coimbra Nunca Vista

 *A hemoptise é a eliminação de sangue do trato respiratório pela tosse

VISITA À MEMÓRIA DO FADO DE COIMBRA





No dia 2 de novembro o Clube do Património foi visitar a Torre de Anto onde atualmente se encontra instalado o Núcleo Museológico da Guitarra e do Fado de Coimbra. Foi com muita emoção que os membros do clube puderam descobrir os vários momentos do Fado e Canção de Coimbra, com a ajuda de ecrãs táteis e audioguias, e conhecer alguns objetos e manuscritos relacionados com o fado da nossa cidade.
Na torre pudemos ver as várias épocas do fado de Coimbra e alguns objetos como a guitarra de Artur Paredes, uma carta de Zeca Afonso, uma guitarra de António Portugal e um poema do cantor Edmundo Bettencourt, entre muitas outras coisas.
A torre fazia parte da muralha medieval de Coimbra e, no final do século XIX, foi a casa do poeta António Nobre, tendo o escritor deixado o poema "Fado D`Anto", que muitos anos depois foi interpretado por Zeca Afonso.




OS GÉNIOS EM ATUAÇÃO NO COLÉGIO DA SOFIA


Notícia Diário de Coimbra - 27 de outubro de 2018
Ensaios para a apresentação pública da oficina










» SATÉLITE JAZZ
com Cheila Pereira e Clube do Património da Escola Básica Eugénio de Castro

Dia 26 Outubro, 18h
Colégio do Espírito santo, Rua da Sofia
SE JACC em parceria com a APBC (Noite Temática)


Apresentação pública de uma oficina especialmente concebida para o Clube do Património da Escola Básica Eugénio de Castro, com o objectivo de explorar o repertório musical dos artistas que atuam na Noite Temática do JAZZ / XVI Encontros Internacionais de Jazz de Coimbra, destacando igualmente o património edificado (e desconhecido) da Rua da Sofia.
Esta formação procura dar a conhecer aos jovens a diversidade da música na área do Jazz que se faz atualmente no nosso país, entendida enquanto património imaterial, no cruzamento com a riqueza do património arquitectónico (material) da cidade de Coimbra. O processo de criação artística com os jovens do Clube do Património da Escola Eugénio de Castro desenvolve-se através da composição de micro-cenas, quadros vivos e imagens, a partir de uma apropriação livre das músicas e dos espaços patrimoniais. Desse cruzamento entre emoções, conhecimento e suas reverberações no corpo que absorve  e se desloca no espaço-tempo, nascem momentos mais ou menos teatrais, mais ou menos coreográficos.
Abrindo a Noite Temática do Jazz, esta oficina terá uma apresentação final no Colégio do Espírito Santo, na Rua da Sofia.